À
PROCURA DO CORPO PERFEITO
A sexualidade se desenvolve ao longo de toda a vida. Entretanto, como
fenômeno biológico, tem o seu ponto forte na puberdade, quando começamos a
conhecer nosso corpo e a perceber as transformações que sofremos nesse período.
Ocorrem profundas alterações hormonais, promovendo mudanças físicas e
psicológicas, e submeter-se a tudo isso pode não ser fácil. Algumas imagens que
são transmitidas pela mídia, exibindo e, às vezes, impondo certos padrões de
beleza, interferem nesse contexto, transformando atletas em modelos de
perfeição física, o que frequentemente gera conflitos entre os adolescentes.
O esporte tem que ser visto como atividade relacionada à saúde, e não
meramente como possibilidade de geração do “belo” e do "glamoroso".
Se o atleta possui um corpo bonito, muitas vezes isso é determinado por herança
genética e moldagem por meio de treinamentos rígidos.
O lado competitivo e glamoroso presente em algumas facetas da prática
esportiva muitas vezes ofusca a visão de saúde e de bem-estar proporcionados
pelo esporte.
Não se recomenda iniciar a prática de um esporte porque quem o pratica
é forte, musculoso, bonito ou mais admirado por este ou aquele público. A
escolha por qualquer modalidade esportiva deve estar ligada à satisfação
pessoal e aos benefícios que a pratica esportiva pode proporcionar. Cabe à
família e à escola fornecer ao indivíduo formação e informações seguras que lhe
possibilitem distinguir e analisar criticamente os valores e padrões de beleza
impostos pela mídia e construir a própria opinião relacionada ao assunto.
Distúrbios alimentares e esporte
Um dos fatores relacionados à boa saúde e à boa qualidade
de vida é a alimentação. Ela tem que ser equilibrada e balanceada de forma que
contenha os nutrientes necessários para o nosso organismo. Fatores
psicológicos, socioculturais, biológicos e até familiares podem afetar o
comportamento do indivíduo no tocante à alimentação,
podendo desencadear distúrbios de naturezas diversas.
Ter uma alimentação correta significa fazer a ingestão de alimentos
variados, evitando excessos ou carências dos nutrientes. Assim, ela deve conter
fibras, vitaminas, sais minerais, deve ser rica em carboidratos e proteínas e
não ter excesso de gorduras ou açúcares purificados. Em uma alimentação
incorreta, há o desbalanceamento da ingestão desses nutrientes que são
considerados essenciais. Ela acontece tanto no excesso como na carência desses
nutrientes.
Quando associada à pratica esportiva, a alimentação deve ser
equilibrada de acordo com os gastos energéticos do praticante, ou seja, a
alimentação de um adolescente que pratica esportes três vezes na semana é
diferente de um atleta de alto rendimento.
O metabolismo aumenta significativamente e o consumo de nutrientes
deve suprir a demanda de energia necessária. Más informações sobre atividades
esportivas veiculadas, por exemplo, por meio da mídia, propagandas e marketing
de roupas e de aparelhos esportivos
transmitem a imagem de modelos fisicamente perfeitos e muitas vezes essas
imagens, exageradamente sugestivas, podem concorrer, mesmo de forma indireta,
para a ocorrência de transtornos psicológicos e consequentes distúrbios
alimentares.
Os distúrbios nem sempre estão relacionados somente à alimentação.
Eles podem ser originados com a depressão, com a ansiedade ou com o abuso de
substâncias químicas. Não havendo os devidos cuidados, os distúrbios
alimentares causam problemas físicos graves e podem levar a óbito. Os
distúrbios alimentares a seguir são os mais conhecidos.
•
Anorexia – Caracteriza-se por uma insuficiente e
rígida dieta alimentar, em que a pessoa tem obsessão pela magreza e medo de
ganhar peso. Quem sofre de anorexia se recusa a manter o peso corporal que
seria considerado ideal à idade e altura. Nem sempre ligada à imagem, a
anorexia pode estar relacionada a fatores biológicos, como, por exemplo,
alterações hormonais, disfunções de neurotransmissores cerebrais, disposição
genética ou profissão.
•
Bulimia – Distúrbio alimentar que se caracteriza
pela impulsividade de ingerir grande quantidade de comida em um curto espaço de
tempo e, logo após, fazer autoindução ao vômito, uso abusivo de laxantes,
diuréticos ou prática exacerbada de exercícios físicos com intenção de não
ganhar peso.
•
Ortorexia – Distúrbio alimentar recente, em que o
indivíduo se torna obsessivo nos padrões de sua alimentação. Diferentemente da
bulimia e da anorexia, o indivíduo se alimenta, mas a obsessão pela dieta é
extrema, focando nela os seus pensamentos.
•
Vigorexia – É a ingestão de substâncias químicas
destinadas ao aumento da massa muscular e uma desequilibrada ingestão proteica.
O indivíduo, geralmente do sexo masculino, não se enxerga realmente como é,
sempre se achando magro demais.
•
Compulsividade (comer compulsivo)
– Parecida com a bulimia em relação à impulsividade em comer muito, a pessoa
não possui o comportamento compensatório e, mesmo com o desconforto gerado, não
se utiliza de vômitos, abuso excessivo
de diuréticos, laxantes ou exercícios.
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