OS INIMIGOS DA BOA SAÚDE
Os romanos, na antiguidade já afirmavam: ”Mente sã em corpo são”. Praticar
atividade física regularmente é de grande importância para manutenção do nosso
corpo. Porem, encontramos muitas barreiras para atingir esse objetivo nos dias
atuais.
O homem moderno percebeu que os avanços da tecnologia trouxeram uma
série de benefícios, entretanto acarretaram novos problemas. Se a máquina foi
inventada para diminuir o cansaço dos homens, com ela veio a tendinite. Se a
expectativa de vida aumentou, os incômodos da velhice estão aparecendo também. E
como não há solução para todos os problemas, a melhor saída é evitá-los ao máximo
e da melhor maneira possível, e isso depende apenas de cada um de nós. Até
porque prevenir é melhor do que remediar.
Neste texto, vamos falar de alguns comportamentos negativos adotados
pela sociedade e que vêm contaminando gerações de adultos e jovens cada vez
mais cedo:
Sedentarismo
Sedentarismo é o estado de quem pouco se mexe, vive sentado, “evita” movimento. Caracteriza-se como uma pessoa sedentária quem não realiza atividade física extra no dia a dia, o que em um adulto corresponde a um gasto energético abaixo de 2.500 kcal (quilocalorias) por semana. Na vida moderna, isso se traduz no hábito de substituir movimentos básicos de andar, correr, saltar e carregar, pelos movimentos diante de um teclado, pelo uso da escada rolante e do controle remoto e até o uso do carro para ir à padaria, que fica a apenas um quarteirão de casa. O corpo humano foi feito para se movimentar, é uma “máquina” para o trabalho. Todas as suas partes, peças móveis, os fluidos lubrificantes, os gases e as substâncias circulantes estão prontas para desempenhar um conjunto de funções. Se ele ficar muito tempo parado, não funcionará plenamente. As doenças mais comumente causadas ou agravadas pelo sedentarismo são as coronarianas, a obesidade, a hipertensão, o diabetes e a depressão. Todas elas podem ser amenizadas e até evitadas pela prática regular de atividade física. Pensadores da Grécia Antiga já observavam e registravam os benefícios da prática de atividade física e o mal do sedentarismo.
Má alimentação
Comer bem significa um conjunto de escolhas de grande
abrangência e efeitos decisivos; é ter uma alimentação saudável, ou seja,
composta por alimentos que cumpram com os compromissos que temos com a saúde.
Comer bem não é fazer dieta, mas dar ao corpo aquilo de que ele precisa.
Se soubermos dosar adequadamente todos os nutrientes
necessários, com alguns pequenos acréscimos dispensáveis ao organismo, mas
prazerosos, conseguiremos manter uma alimentação saudável. Uma alimentação
equilibrada é aquela que fornece a quantidade suficiente de nutrientes para o
bom funcionamento do corpo e da mente, mantendo nossa saúde. Os nutrientes que todo ser humano necessita são as proteínas, os
carboidratos, as vitaminas e os sais minerais, as gorduras, as fibras e a água.
O consumo saudável de gorduras limita-se a, no máximo, 30% do total energético
da dieta, desde que o objetivo seja evitar doenças cardiovasculares.
As gorduras saturadas, responsáveis pelo entupimento das artérias (que
cria o risco de enfarto), não devem ultrapassar 10% do total de calorias da
alimentação. Elas são encontradas nas carnes vermelhas gordas, nas frituras e
nos queijos amarelos. As proteínas formam e regeneram os tecidos do nosso
corpo: músculos, pele, sangue etc. Estão presentes em carnes, peixes, ovos,
laticínios, feijões, sementes e nozes. As proteínas animais são muito
importantes para o funcionamento do organismo, mais até do que as proteínas
vegetais. Os carboidratos fornecem energia não só para nossas atividades do dia
a dia como também para os próprios processos internos do nosso corpo. Suas
maiores fontes são os pães, os cereais e as raízes. Os carboidratos apresentam
maior perigo quando estão na sua forma mais simples: os açúcares.
O açúcar, adorado e abusado, é desnecessário ao organismo e causa
problemas de saúde. A refinação do açúcar retira dele uma considerável parte de
todos os tipos de minerais necessários ao organismo, e aumenta a dosagem de
substâncias tóxicas. Devido a sua ação sobre os hormônios do cérebro, o açúcar
faz grande sucesso. Sendo o carboidrato complexo um precursor da liberação da serotonina,
alimentos integrais induzem ao relaxamento e ao sono. Quando comemos doces,
essa liberação é mais rápida, provocando sensação de prazer.
As vitaminas e os sais minerais controlam e regularizam as atividades
de nosso metabolismo e mantém a saúde de nossos órgãos e tecidos. Presentes em
vários alimentos, incluindo carnes, leite e cereais, suas maiores fontes são
frutas, verduras e legumes. As fibras auxiliam a manter nosso corpo livre de
toxinas e substâncias em excesso. Feijões,
cereais integrais, frutas e hortaliças são ricos em fibras. Se o intuito é emagrecer, é preciso comer. Deixar
de comer é uma das piores estratégias. A água mantém o equilíbrio de sais e o
bom funcionamento do organismo. Praticantes de atividade física precisam mais ainda
de água, pois perdem grandes volumes com o suor e utilizam muito líquido no metabolismo,
que é mais intenso do que nas pessoas inativas.
Privação do sono
Todas as funções do cérebro e do organismo são
influenciadas pelo sono, e não ter um período de sono adequado traz consequências
para ambos. É bastante observado que, em geral, aqueles
que praticam atividades físicas tendem a conseguir um sono mais profundo e
prolongado do que os que não praticam. Exercícios vigorosos, se praticados regularmente,
provocam maior gasto energético e requerem um período maior de sono para
reposição energética, e esta compensação se dá num prolongamento da fase de
sono mais profundo, que favorece a liberação e a regularização de hormônios.
Estresse
O estresse já foi considerado uma doença, mas hoje sabemos que ele
nada mais é do que um aspecto natural da vida do ser humano. O estresse é um
mecanismo de adaptação a uma nova situação, o que envolve algum risco. É o
corpo humano, ligado à mente, tentando deixar indivíduo mais à vontade em face
de um novo evento relevante em sua vida por determinados estímulos externos
(estressores) e que permitem a ele (humano ou animal) superar determinadas
exigências do meio ambiente e o desgaste físico e mental causado por este
processo.
Drogas
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais – a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC ou tetra-hidrocanabionol (da Cannabis). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga presta-se a várias interpretações, mas ao senso comum é uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento.
Álcool
O álcool ingerido atinge rapidamente a circulação sanguínea e é
distribuído entre as células do corpo. Ao atingir o sistema nervoso, ele produz
inicialmente um estado de euforia e desinibição, que é uma falsa sensação de
energia e bem-estar causada pela ingestão de calorias (1 g de álcool produz 7
calorias) e pela deficiência de um neurotransmissor chamado GABA. Em pouco
tempo, segue-se um efeito depressivo sobre o cérebro, provocando, mesmo em
doses pequenas, a diminuição da coordenação motora e dos reflexos.
Tabagismo
cigarro afetam muito o organismo: no coração, a nicotina provoca o
endurecimento das artérias, fazendo o coração trabalhar mais depressa; nas vias
respiratórias, a fumaça provoca alergias e diminui a mobilidade dos cílios
pulmonares, responsáveis pela limpeza; no pulmão, a capacidade respiratória
diminui e a oxigenação das células do organismo fica comprometida. A contração
dos vasos sanguíneos provocada pelo fumo dificulta a circulação sanguínea. A má
circulação nos membros inferiores, especialmente nas pernas, aumenta o risco de
insuficiência vascular periférica e formação de gangrenas. Por esses e outros
motivos, temos de estar sempre alerta para nossas atitudes e comportamentos em
relação à saúde.
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