sábado, abril 25, 2015

Introduza o beisebol nas aulas de Educação Física

Introduza o beisebol nas aulas de Educação Física

Publicado por 
Objetivo(s) 
  • Desenvolver o conhecimento sobre o beisebol, uma modalidade esportiva pouco desenvolvida no contexto escolar brasileiro;
  • Ampliar o repertório esportivo e motor;
  • Conhecer alguns elementos que compõem essa modalidade, popular em outros países.
Conteúdo(s) 
Beisebol e jogos similares.

Ano(s) 
Tempo estimado 
18 aulas (cerca de um bimestre, com duas aulas de 50 minutos por semana)
Material necessário 
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Para apresentar o beisebol aos alunos é necessário fazer um diagnóstico do que eles sabem a respeito. Pergunte: "Quem já ouviu falar sobre o beisebol? Onde vocês viram algo sobre isso? O que é o beisebol? Já assistiram a algum jogo? Como ele é jogado e quais são as regras?" Anote todas as respostas que eles derem no quadro. Em seguida, apresente o vídeo O beisebol nos jogos olímpicos, do site How Stuffs Works? para situá-los brevemente sobre o esporte. Pergunte se as informações que apareceram no vídeo têm similaridade com as que estão no quadro e se surgiram dados diferentes ou novos. Registre-os em cartazes ou sugira que as anotações sejam feitas individualmente e conservadas para que possam ser retomadas em etapas posteriores. Caso alguma informação levantada anteriormente esteja errada, problematize a questão, sem apontar o erro. Pergunte se tem algo que tirariam da lista de características do beisebol e por que. Deixe apenas a lista final, com as conclusões que devem permanecer.

2ª etapa 
Com base nos dados apontados, proponha uma pesquisa na sala de informática. Peça para que a turma forme grupos de no máximo seis pessoas, para investigar tópicos sobre o beisebol, definidos por você. Eles deverão apresentar o que investigaram para a turma. Os temas podem ser: regras principais, histórico, materiais, vestimentas usadas (e suas funções), países onde é mais praticado, curiosidades, beisebol no Brasil e função dos jogadores. Na ausência de internet, vá à biblioteca ou leve materiais selecionados previamente sobre o assunto e distribua para que o grupo pesquise. Depois da socialização das pesquisas, realize uma roda de conversa com os alunos para sistematizar as informações. Pergunte quais chamaram mais atenção. Coloque-se à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.
3ª etapa 
É hora de começar as vivências corporais. O beisebol é similar a alguns jogos populares no Brasil, como o taco. Por isso, para criar uma identificação dos alunos com o esporte, vale trabalha-lo antes, ressaltando as características que eles têm em comum.

Taco
Organize uma partida de taco, ressaltando as similaridades com o beisebol e as diferenças. As regras do jogo podem ser consultadas no site. Algumas adaptações podem ser feitas para trabalhar na escola, dependendo do espaço, do material ou do número de alunos que você tenha. Veja abaixo:

Aproximações: os materiais são similares (taco e bolinha), o número de equipes é o mesmo (uma de ataque e outra de defesa), há presença de bases no jogo (neste caso são duas bases. Já no beisebol são quatro), a rebatida é um dos elementos principais para pontuar, mas também pode eliminar o ataque.

Adaptações: Como o jogo geralmente é composto por 4 pessoas, pode-se colocar diversos grupos espalhados na quadra ou até fora dela, caso não haja espaço. Para ensinar o número de entradas (innings) do beisebol, o professor pode terminar o jogo quando a dupla realizar 9 pontos (em vez de 10, que é comum no taco).

Neste jogo, os alunos podem aprender diversas regras do beisebol como: número de innings, mostrar algumas funções dos jogadores, a importância de se chegar às bases, como pontuar no beisebol e diferentes tipos de estratégias de jogadas.
4ª etapa 
Realize o jogo de beisebol com todas as regras oficiais, materiais similares, quatro bases, números exatos de jogadores (9 jogadores em cada equipe) e apresente possibilidades de jogadas estratégicas como o home run. As regras desta modalidade podem ser consultadas nos seguintes sites:
5ª etapa 
Proponha algumas adaptações no jogo para adequar ao contexto escolar, como: diminuir do número de innings para dar tempo de todos jogarem em uma aula, número maior de jogadores para que todos possam vivenciar ao mesmo tempo, modificação do espaço etc. Pergunte para os alunos o que poderia ser modificado e teste as sugestões com eles em aula para ver se essas modificações trazem benefícios para o desenvolvimento do jogo e para a aprendizagem da turma.
6ª etapa 
Sugira aos alunos um festival de beisebol, onde todos participariam da criação e execução de todo o processo. Com base nas regras oficiais do beisebol e das atividades similares que os alunos conheceram anteriormente, eles irão pensar juntamente com o professor em regras adaptadas para o festival que ocorrerá com a turma dele. Pontos principais a serem pensados para a elaboração do festival:

- Regras adaptadas ou criação de novas regras;
- Número de jogadores (pode aumentar ou diminuir conforme a necessidade);
- Número de innings (entradas) se é necessário alterar para que todos possam participar;
- Rodízio de jogadores para que todos passem por todas as funções (verificar se é necessário no ataque e na defesa ou só em um);
- Número de árbitros que os alunos acham necessário;
- Definir quem marcará o placar e as súmulas dos jogos?
- Definir se terão mais de duas equipes e como será feita a tabela se houver mais de duas equipes?
- Pedir para os alunos darem um nome a sua equipe criando uma identidade para cada grupo.
- Definir a premiação e verificar como pode ser feita ou comprada.
- Definir todo o material que será necessário no dia (súmulas, cartazes com as tabelas de jogos, giz para fazer a base ou cone para sinalizar a mesma (ou outro material elaborado pela turma para servir de base), placar (ex: placar feito de cartolina), uniformes (pode ser colete da escola ou algum uniforme elaborado pelos alunos.

Depois de definir todos esses pontos com os alunos e fazer o material citado acima, lembre-os de que o festival é um evento que tem como objetivo compartilhar conhecimentos; confraternizar com os colegas; vivenciar a modalidade aprendida por todos e não só por alguns; verificar realmente o que o aluno aprendeu sobre o beisebol (pois os alunos participaram de todo o processo de construção e aplicação da atividade); respeitar as diferenças jogando com todos e com os outros; e que apesar de ter competição, todos serão premiados no final.

No dia do festival, os alunos já terão de saber todas as suas funções, onde colocar e o que fazer com cada material e organizar toda a estrutura do festival. Oriente-os durante o evento, mediando todas as ações que ocorrerem e esclarecendo as dúvidas. Não se esqueça de colocar os alunos também pra registrar o evento, seja por foto ou filmagem, assim esse material poderá ser utilizado para socializar o aprendizado na comunidade escolar (ex.: fazer cartazes ou murais com fotos na escola para divulgar como foi esse trabalho para todos; se a escola tiver um blog, postar as fotos e os vídeos do evento nele).
Avaliação 
Proponha que os alunos se auto avaliem individualmente, refletindo sobre todo o processo de aprendizagem do beisebol, os jogos vivenciados, a criação e a execução do festival pela turma. Separe a auto avaliação em 4 partes: 1) Aproximação do tema e processo de criação dos jogos; 2) Apresentação dos jogos e participação da turma no processo; 3) Vivências dos jogos parecidos com o beisebol e com as regras oficiais; 4) Criação e Aplicação do Festival. Em cada tópico os alunos devem considerar o que aprenderam, o que foi mais ou menos interessante, o que de fato aprendeu, quais momentos mais gostou, como foi participar deste processo e o que ele mudaria para melhorar está forma de trabalhar com o beisebol?
Flexibilização 
Para alunos com deficiência física (nos membros inferiores) 
Se você tem alunos cadeirantes, mas com domínio dos movimentos nos membros superiores, explore o que eles conseguem fazer: os lançamentos e até mesmo as rebatidas do jogo de taco são movimentos possíveis. Para evitar que este aluno fique em desvantagem com relação aos colegas que estão correndo, uma sugestão é propor que nos lançamentos e rebatidas todos estejam sentados em cadeiras. O importante é incluir o aluno em todas as etapas da sequência, atribuindo a ele responsabilidades. A intervenção do educador, neste caso, serve para mostrar à turma que nem todos são capazes de fazer as mesmas coisas do mesmo modo - e que este não é um motivo para "excluir" alguém do grupo. Por isso, proponha o diálogo com a classe e peça ajuda dos colegas para que cheguem a uma solução para incluir o aluno com deficiência física, sem que ele seja o "café com leite" das partidas.
Deficiências 
Física

Circuitos para reflexão sobre o corpo e os movimentos

Circuitos para reflexão sobre o corpo e os movimentos

Publicado por 
Objetivo(s) 
- Analisar e refletir sobre o corpo e os movimentos
- Conhecer limites e possibilidades de movimentação do corpo.
- Aprender a controlar gradualmente o movimento do corpo.
- Ampliar o repertório motor.
Conteúdo(s) 
- Reconhecimento dos limites do corpo.
- Exploração das possibilidades de movimento do corpo.
Ano(s) 
Tempo estimado 
Oito a dez aulas.
Material necessário 
Colchonetes, cordas, bambolês e cones.
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Sente com os alunos em uma roda e converse sobre as possibilidades de movimentação do nosso corpo. Pergunte quais movimentos eles costumam realizar no dia a dia quando acordam (como o espreguiçar), ao escovar os dentes, ao caminhar até a escola ou quando brincam com os colegas. Sugira que as crianças se levantem, experimentem esses movimentos e falem quais as partes do corpo são acionadas para a realização de cada um deles. Com a turma espalhada pela quadra ou pelo local em que ocorre a aula, dê comandos para que realizem os movimentos discutidos, como se espreguiçar, caminhar, saltar, entre outros. Também estimule os alunos a criar movimentos novos a partir dos que foram experimentados.
2ª etapa 
Pergunte como os animais se deslocam. Ouça os exemplos das crianças e questione como esses movimentos podem ser imitados. Com a turma espalhada pela quadra ou pelo local em que ocorre a aula, solicite que realizem os movimentos de diferentes animais. Diga para se posicionarem como se estivessem dentro de um ovo, tal e qual um pintinho antes de nascer. Em seguida, estimule-os a imitar desde o nascimento do pintinho até sua transformação em galo ou galinha. Agora, pergunte aos alunos sobre como dormem, comem, correm ou se espreguiçam os animais que conhecem. Comece pelos animais domésticos (cachorros, gatos etc.) e, depois, fale dos animais de fazendas (porco, vaca, ovelha, pato etc.), sempre pedindo para a criançada imitá-los. Vale também imitar animais que seriam vistos em um safári na África, por exemplo, caso de leões ferozes e girafas enormes, ou, então, aqueles que habitam a floresta Amazônica, como macacos saltitantes e jacarés de bocas enormes ao espreguiçar ao nascer do sol.
3ª etapa 
Para explorar e desenvolver ainda mais as habilidades motoras da meninada, monte um circuito de atividades com materiais simples. Organize as estações de modo que os alunos possam vivenciar diversos movimentos a partir de diferentes desafios: equilibrar-se sobre uma corda (ou sobre uma linha desenhada com giz), subir em um banco de madeira e saltar (ou saltar por cima de colegas deitados no chão), desviar de cones (ou de garrafas plásticas com água) dispostos em linha reta, saltar dentro de bambolês (ou dentro de círculos desenhados com giz) e rolar sobre colchonetes (ou sobre grama ou outro piso macio). Primeiramente, deixe que os alunos percorram o circuito utilizando os movimentos que quiserem. Depois, indique quais movimentos são os pretendidos nessas atividades. Em seguida, faça com as crianças a associação dos movimentos vivenciados no circuito aos utilizados cotidianamente pelos alunos. Não esqueça de permitir que os alunos proponham variações, como equilibrar-se sobre a corda andando de costas, saltar dentro dos bambolês com apenas um dos pés ou transpor o banco sem tocá-lo. Por fim, peça que realizem o circuito também com os olhos vendados para estimular o desenvolvimento da percepção por meio de outros sentidos (que não seja a visão), de modo a desenvolver mais a sensibilização corporal. Por fim, proporcione momentos de socialização das experiências.
4ª etapa 
Agora será a vez de as crianças sugerirem as atividades e os movimentos em um novo circuito de habilidades. Separe os alunos em grupos para que cada um crie um circuito diferente a ser vivenciado pelos colegas. Após a vivência dos circuitos, compare os movimentos e os desafios propostos por cada grupo, discuta sobre as diferenças entre eles e de onde surgiu a ideia para aqueles movimentos. Proponha também que a criançada construa, com base nas ideias anteriores dos grupos, um único circuito para que todos o experimentem. Apresente os materiais disponíveis e ressalte que a ideia é variar ainda mais os tipos de saltos, rolamentos e deslocamentos. Acompanhe um pouco da criação do novo circuito e assista a uma execução completa dele. Finalize com uma conversa e a produção de um quadro com legendas para registrar os movimentos vivenciados durante as aulas, tanto os sugeridos pelo professor como os criados pelos alunos, de modo que possam comparar o que sabiam e o que aprenderam.
Avaliação 
É importante observar se os objetivos propostos para estas aulas foram gradativamente compreendidos e atingidos pela turma. Tenha atenção especial nos momentos de socialização das experiências motoras e, por fim, no momento da realização do registro coletivo das atividades, pois pode ser necessário reajustar as propostas para se adequar às especificidades da turma ou planejar atividades futuras.
Flexibilização 
Na roda, faça com que todos se sentem em cadeiras, para que fiquem na mesma altura do colega que está na cadeira de rodas. Peça que o aluno com deficiência física fale sobre os movimentos que consegue fazer e conte como adapta os movimentos que não consegue realizar. Durante a 3ª etapa, o aluno precisará da sua ajuda para rolar no chão e da ajuda dos colegas, que podem guiar a cadeira do aluno pelo circuito de cones. Este aluno também pode ser desafiado a empurrar a própria cadeira dentro de um limite proposto com cordas colocadas paralelamente. Também é recomendável propor atividades que possam ser cumpridas com o aluno no chão, em colchonetes, que estimulem os movimentos possíveis para a criança com deficiência nos membros inferiores. A montagem dos circuitos em grupo pode ser uma boa chance para que os colegas experimentem alguns movimentos que são comuns para a criança com deficiência. Sempre estimule novos desafios e as potencialidades do seu aluno, inserindo-o no grupo.
Deficiências 
Física

O atletismo na Educação Física escolar

O atletismo na Educação Física escolar

Publicado por 
Objetivo(s) 
- Conhecer alguns elementos do atletismo como modalidade esportiva olímpica.
- Refletir sobre a questão do gênero nas modalidades esportivas.
Conteúdo(s) 
- Conceituação do atletismo.
- Jogos e situações próximas às da modalidade oficial.
- Competições oficiais e as diferenças de gênero.

Ano(s) 
Tempo estimado 
Sete aulas.
Material necessário 
Cordas, garrafas PET com um pouco de água, giz, bambolês, cones, fita crepe, jornal, fita adesiva grossa, cabos de vassouras, caixas de papelão, barbante, cartolina ou papel pardo.
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Pergunte aos alunos o que eles conhecem sobre o atletismo. Em seguida passe um vídeo que mostre imagens de diversas provas, como esse e esse. Discuta o vídeo com os alunos, buscando construir um conceito sobre esse esporte. Deixe que se manifestem, complemente, corrija equívocos e responda às perguntas que surgirem. É importante ressaltar que a modalidade engloba diversas provas, a maioria individual. Agrupe-as para melhor entendimento dos alunos: corridas, saltos, arremessos e lançamentos, explicando que existem variações. As corridas, por exemplo, incluem as de velocidade de 100 e 200 metros, de revezamento, de obstáculos, com barreiras, maratona etc.

Escolha uma das provas em conjunto com os alunos ou faça uma sugestão, como a corrida de velocidade, que pode ser feita de uma extremidade à outra da quadra. Primeiramente, separe meninos e meninas explicando que nas modalidades de corridas oficiais essa é regra (esse será o único momento em que eles estarão separados). Depois, coloque-os para correr juntos, divididos em grupos mistos menores. Quem estiver esperando a vez fica responsável por marcar os tempos ou observar e anotar quem chega primeiro.

Em seguida, proponha um jogo no qual os estudantes são colocados em duplas. Cada dupla receberá uma folha de jornal que deverá ser levada ao colega parceiro - que se posicionará à sua frente, em sentido contrário ao dele e a uma distância que pode ser de uma lateral a outra da quadra (ou de uma linha de fundo a outra). A folha deve ser colocada em contato com o corpo, sem ser dobrada, ou segurada pelas mãos. Vence a dupla que conseguir fazer o trajeto primeiro. (neste caso, quem está com a folha leva para o parceiro, chegando ao lado oposto à sua posição inicial. O parceiro então, pega a folha e a leva para o outro lado, de onde saiu seu companheiro). A dupla que conseguir fazer essa troca de lugar levando a folha de jornal junto ao corpo andando rápido, mas sem correr, vencerá. Esse mesmo jogo poderá ser feito com mais estudantes, assim, a equipe que trocar de lugar primeiro, levando o jornal desse mesmo modo, vence o jogo.

Concluídas as duas atividades, organize uma roda de conversa e incentive todos a comentar as vivências, identificando o que foi aprendido e de que forma, ou a apresentar dúvidas. Fale sobre as diversas provas de corrida de velocidade e as características básicas delas: distâncias curtas, saídas baixas (com blocos de partida, para dar impulso) e velocidade como capacidade física fundamental. Incentive a discussão sobre a questão do gênero, sempre mostrando um olhar crítico, e incentive a superação de preconceitos. Comente sobre a corrida individual, por gênero e depois mista, perguntando como foi para os alunos essa vivência. Exponha as questões fisiológicas que permeiam as competições olímpicas que separam os atletas dessa forma.
2ª etapa 
Retome as atividades da aula passada, relembrando as características básicas das corridas de velocidade, e proponha a prática de um jogo - que deve ser comparado aos realizados anteriormente. Divida a turma em grupos mistos com aproximadamente oito integrantes cada. Se as equipes ficarem com o número desigual basta um aluno participar duas vezes. Organize-os em colunas distantes 2 metros uma das outras numa das laterais da quadra.

Um aluno do grupo fica do lado oposto da quadra e, ao seu sinal, sai em busca do colega que está no inicio da coluna à sua frente. Lá chegando, ele segura esse colega pela mão e os dois voltam para lado oposto da quadra. Os dois dão meia volta e buscam o próximo da fila, sem soltar as mãos. Ganha a equipe que se transferir mais rapidamente para o outro lado da quadra.

Terminado o jogo, reúna os estudantes num roda de conversa e peça que exponham suas reflexões sobre a prática e a construção do conhecimento acerca dela. Faça um comparativo com as características das corridas de velocidade e as de resistência, buscando levantar os elementos que caracterizam essa última: distâncias longas, saída alta (em pé) e resistência aeróbica como capacidade física principal.
3ª etapa 
Resgate as vivências realizadas nas aulas anteriores e, em seguida, pergunte o que as crianças sabem sobre o espaço onde ocorrem as competições de atletismo. Discuta o tema e proponha que todos juntos construam uma pista na quadra. Você pode propor a utilização de giz ou fita crepe para contornar o espaço e construir pelo menos duas raias. Outra opção é o uso de cones ou garrafas PET com água. Feitas as raias, explique que há diferença no comprimento da interna e que, por isso, quem está nela tem de largar de uma marca localizada mais atrás.

Proponha, então, uma corrida de velocidade entre os alunos nesse espaço. Se não for possível fazer várias raias, peça que alguns alunos marquem os tempos dos outros e anotem os nomes numa cartolina ou papel pardo para posterior análise. Nesse período, os que não estiverem participando devem realizar outra atividade. Depois, organize uma corrida de revezamento utilizando cabos de vassouras cortados ou canudos de jornal. Coloque-os em grupos mistos e ressalte a importância do trabalho em equipe.

No fim, forme uma roda de conversa para todos exporem as reflexões sobre as vivências e o que aprenderam com elas. Retome o cartaz com os nomes e os tempos para uma análise conjunta dos melhores tempos e equipes. Levante as razões dos resultados e a questão de ganhar e perder. Aponte se houve mais meninas que meninos com tempos melhores, incentivando o debate. Cada turma terá um cenário diferente. O importante é levar os alunos a analisar os resultados de forma crítica, observando as inúmeras questões que envolvem a competição e as diferenças de gênero. É possível que apareça uma menina mais rápida que todos os meninos ou não. A discussão é válida em ambos os casos para acabar com os preconceitos.
4ª etapa 
Recorde o que foi abordado nas aulas anteriores, comparando os dois tipos de corrida e suas características principais. Aponte para a importância da vivência na pista construída e proponha o uso dela para as corridas de resistência. Como seria possível utilizá-la tomando por base as características desse tipo de competição? Em cada turma surgirão ideias diferentes. Uma possibilidade é o jogo do mensageiro. Divida os alunos em dois ou três grupos, que deverão numerar seus participantes. O número 1 de cada equipe receberá uma mensagem a ser levada ao rei tendo que, para isso, dar três voltas na pista. Depois, ele passará a mensagem para o próximo mensageiro do seu grupo (número 2) até que ela chegue ao rei. O grupo que levar a mensagem ao rei primeiro vence o jogo. No fim do jogo, discuta com todos sobre o que sentiram e aprenderam. Em seguida, conte a história da maratona, de forma a despertar a curiosidade e a imaginação da garotada.
5ª etapa 
Faça uma revisão do que foi aprendido até então, sempre com base no que os alunos mencionarem. Inicie a construção do conceito de marcha atlética, questionando-os a respeito da única prova de atletismo que se faz andando. Proponha o jogo pega congela andando. Dois ou mais pegadores devem encostar a mão nos demais para congelá-los e quem está livre tem de descongelá-los da mesma maneira - mas ninguém pode correr, somente andar. Mude os pegadores a cada 2 a 3 minutos. Após esse jogo, converse sobre os movimentos necessários durante a brincadeira e incentive as discussões sobre o tema buscando construir o conceito de marcha atlética. Em seguida, explique a diferença entre essa prova e as anteriores, como a inexistência da fase aérea (presente na corrida).

Em seguida proponha uma atividade de pega-pega em duplas. Numa das laterais da quadra, os alunos são posicionados um na frente do outro, os dois voltados para a mesma direção. A distância entre eles deve ser de três passos. Ao seu sinal, a criança de trás tenta pegar a da frente, mas ambas só podem andar rápido. Ao chegarem à outra lateral as funções se invertem e o jogo se repete. A atividade pode ser retomada com a troca dos membros da dupla. Primeiro, proponha trajetos curtos para que a turma entenda a dinâmica da marcha. No entanto, é importante alterar o percurso a fim de que os estudantes fiquem mais tempo nessa movimentação. Se preferir, estabeleça um tempo para que consigam pegar o colega.

No fim da atividade volta-se à roda de conversa para que falem sobre o que sentiram e as dificuldades encontradas. Com base nisso, complemente os conceitos construídos anteriormente e trate das características dessa prova: distâncias longas, partidas altas e resistência aeróbica como capacidade física fundamental. Portanto ela se parece mais com as corridas de resistência. É importante que os alunos cheguem a essa conclusão.
6ª etapa 
Retome novamente o que os alunos aprenderam anteriormente e pergunte sobre as corridas com barreiras e obstáculos, incentivando a curiosidade e a descoberta. Após essa primeira sensibilização, mostre este vídeo. Os alunos vão relembrar os outros tipos de corrida e observar imagens da de obstáculos e da com barreiras. Pensar com os alunos na possibilidade de realizar essas corridas na escola torna-se importante para criar adaptações. Proponha a colocação de barreiras feitas com cones e cordas na pista construída na quadra ou de uma extremidade à outra da quadra. Pode-se usar barbante e garrafas PET, uma sobre a outra. Para isso, corte a boca de algumas garrafas e encaixe uma na outra até a altura desejada. Coloque água ou terra na garrafa de baixo. Prenda o barbante na boca da de cima.

Incentive os alunos que ficarem com medo de tropeçar ou mesmo de fracassar. Deixe que eles experimentem antes de começar a corrida de uma forma mais competitiva, sempre lembrando que o objetivo da aula é diferente do relativo ao esporte oficial. Forme dois ou três grupos. Cada integrante receberá um número. O primeiro realiza o trajeto, volta, dá o sinal para que o segundo vá e assim por diante. A ideia de formar grupos visa dinamizar a aula, pois o elemento competitivo é motivador. Além disso, estimula o trabalho em equipe e o respeito às diferenças de gênero, de habilidades e às pessoas com deficiências.

Em seguida construa com as crianças os obstáculos para outra modalidade de corrida. Podem ser usadas as mesmas barreiras da vivência anterior e também caixas de papelão grandes ou outros materiais disponíveis. Lembre-se de deixar a turma explorar os materiais antes da competição em grupos, de estabelecer um percurso mais longo ou indicar que os participantes passem duas ou mais vezes pelo percurso, apontando aí uma das diferenças entre as duas corridas. Depois, organize uma roda de conversa expondo as reflexões e os apontamentos e fazendo a construção de conceitos sobre os dois tipos de corridas e suas características.
Avaliação 
Em cada roda de conversa deve ser feita uma avaliação por meio da observação com relação à participação dos alunos e à compreensão deles em cada revisão realizada. Proponha uma avaliação documental sobre o que foi aprendido (por escrito ou com desenhos) para que os estudantes coloquem no papel o que aprenderam na prática sobre as diferenças entre as corridas, os elementos que cada uma delas apresenta, como eram realizadas etc.

Peça, ainda, uma autoavaliação individual para que eles reflitam sobre todo o processo de aprendizagem sobre as corridas do atletismo. Separe a autoavaliação dessa forma: 1) corridas de velocidade e resistência; 2) marcha atlética; 3) elaboração e construção do material e pista; 4) corridas com barreiras e obstáculos; e 5) Atribuição de uma nota de 0 a 5, com base em todo o trabalho, justificando os motivos da nota.

Em cada tópico os alunos irão pontuar o que foi mais e menos interessante, o que de fato aprendeu, de que momento mais gostou, como foi participar do processo e o que mudaria para melhorar a forma de trabalhar com o atletismo. Cada ponto tem de ser justificado. Lembre a todos que a autoavaliação fará parte do processo avaliativo, juntamente com a nota da avaliação documental. No fim, exponha a sua percepção sobre o desenvolvimento da turma durante o processo.
Quer saber mais?
Atletismo se Aprende na Escola, Sara Quenzer Matthiessen (org.), 144 págs., Ed. Fontoura, 30 reais
Atletismo para Crianças e Jovens: Um Projeto de Extensão Universitária, Aline de Oliveira Gomes, Sara Quenzer Matthiessen e Guy Ginciene. Rev. Ciênc. Ext. v.7, n.1, p.6, 2011.